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Treinador Rodrigo Ferrari contando sua Experiência no Mundo Árabe.

  • Foto do escritor: Túlio Flôres
    Túlio Flôres
  • 14 de out. de 2014
  • 2 min de leitura

Por Rodrigo Ferrari


Olá pessoal, estou muito honrado por ter recebido o convite para escrever sobre minha vivência no mundo árabe no site do meu amigo e grande preparador físico Túlio Flores. Dito isso, começo explicando que estou há três meses como treinador profissional do Al-Kholoud. Time da terceira divisão saudita, localizado na cidade de Ar Rass e região de Al Qassim.

Hoje tenho convicção de que vim aprender como pessoa e ensinar como profissional. As diferenças culturais são imensas, principalmente na cidade que vivo. Aqui o islamismo é seguido a risca, algo que para um brasileiro causa bastante impacto. Mesmo com essa imensa distância cultural, aprendi a entender e respeitar as crenças desse povo. Engana-se quem compra a idéia da mídia de que os muçulmanos são "monstros". Esses extremistas que os noticiários mostram todos os dias não podem servir de exemplo do povo árabe. Esses assassinos não seguem o alcorão, pois quem o segue respeita, ama o próximo e acima de tudo, Allah (Deus).

Falando de futebol, mesmo estando em um clube de menor divisão, tenho uma excelente estrutura. Estádio para 5 mil pessoas, campo de fut7 sintético, academia, piscina, sauna, hidromassagem, médico, fisioterapeuta, enfim, toda estrutura necessária para se fazer um bom trabalho. Como ainda está muito quente, treinamos somente a noite, mas com a chegada do inverno vamos começar a treinar, alguns dias, em 2 turnos ( manhã e tarde).


A nossa pré temporada já está em andamento e no total será de 45 dias, algo que no Brasil é quase impossível. Os atletas são receptivos as novas informações, em geral muito velozes, boa qualidade técnica, mas ingênuos nas tomadas de decisões. Eles não têm a mesma "malandragem" do brasileiro, não usam os atalhos.

Minha maior dificuldade tem sido a língua, pois passo as informações com meu inglês "indígeno" (risos) e meu goleiro que fala inglês repassa para o grupo em árabe. É claro que já sei algumas palavras básicas, e dia após dia aprendo mais. O "problema" da língua tem o lado bom de me obrigar a ficar calmo e muito didático, duas virtudes essenciais para um treinador.

Bem amigos, finalizo esse relato deixando uma mensagem de desmistificação do árabe. Aqui, eu e minha comissão brasileira somos tratados com muito carinho, ou melhor, somos tratados quase com idolatria. Engana-se quem acha que são rudes e engana-se mais ainda quem acredita que não se joga bom futebol na Árabia. Olhemos com bons olhos esse lado do mundo, pois tem bons jogadores e excelentes pessoas.

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Forte abraço a todos!

 
 
 

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