top of page
Buscar

Considerações sobre o Congresso Mundial de Ciência e Futebol - Jens Bangsbo e as tecnologias que já

  • Belmar Ramos Júnior
  • 11 de jun. de 2015
  • 3 min de leitura

arquivo do autor

Hoje trazemos um texto do meu amigo Belmar, formado na Universidade Federal do Paraná, Pós graduado em fisiologia do exercício e treinamento desportivo. Atuou como técnico de basquete, futsal. Preparador físico e fisiologista. Atualmente professor da Fadep(faculdades de Pato Branco) nas disciplinas de Treinamento Desportivo, Fisiologia do Exercício e Cineantropometria. Atualmente representante da Firstbeat no Brasil.


Por Belmar Ramos Júnior


Congresso a onde estiveram presentes aproximadamente 500 pessoas de 47 países ligadas ao futebol mundial. Embora uma diversidade enorme de temáticas tenha sido abordada, o que vale ressaltar foi o grande avanço tecnológico apresentado tanto nos trabalhos acadêmicos, como pelos expositores de empresas tecnológicas mundialmente conhecidas como a FIRSTBEAT, GPSPORTS, CATAPULT ESTATSPORTS.

arquivo do autor

Como toda tecnologia proporciona uma nova possibilidade metodológica, novos paradigmas podem aparecer principalmente no controle de carga/recuperação, deslocando-se do tradicional laboratório em uma sala do clube para dentro do campo, caminhando para a tão desejada especificidade. Se os dados de GPS e Freqüência Cardíaca em tempo real não são novidades no mundo do futebol mundial e brasileiro, podemos apresentar como novo a possibilidade que a empresa finlandesa FIRSTBEAT propiciou ao validar e relacionar a FC com o EPOC, gerando a TE (efeito de treino), bem como refinando a TRIMP do Bannister com a inclusão da Variabilidade da FC na fórmula,bem bem como o VO2, a KCAL, todos em tempo real através do uso da cinta peitoral (destacável e que grava até 5horas na própria cinta), uma antena de alcance de 200 metros de raio e que suporta até 80 atletas simultaneamente. Além dos quantificadores em tempo real (TE, EPOC e TRIMP), o sistema proporciona, antes da sessão seguinte, verificar os níveis de recuperação dos jogadores pela Variabilidade da FC, podendo ser através do RECOVERY TEST de 5 minutos onde todos os atletas podem fazer simultaneamente, tornando prático e viável o uso da VFC no futebol. Ainda dentro da ciência da Variabilidade da FC, o sistema possibilita o uso de um hardware chamado Bodyguard (mini-holter acoplado ao peito com dois eletrodos) para monitorar níveis de Stress pré-jogo, bem como a qualidade do sono e também identificar outros agentes estressantes que possam se somar às cargas de treino ou mesmo atrapalhar o período de recuperação.

arquivo do autor

Todos os dados tanto em tempo real ou mesmo os gravados posteriormente, são integrados ao software FIRSTBEAT SPORTS que possibilita a análise e integração dos mesmos, comparando o jogador com o grupo, ou com outro jogador da mesma posição. Portanto esta combinação de controle de carga interna e externa (metabólica e neuromuscular) em tempo real, dentro do campo, possibilita que treinos técnicos/táticos sejam quantificados (ou mesmo planejados) para dar conta dos estímulos físicos específicos do futebol, sendo uma ferramenta importante em direção ao treinamento integrado, favorecendo assim uma periodização que priorize o modelo de jogo. Entretanto para que esta potencialização ocorra, o técnico tem que entender que todo treino que ele dará tem um custo metabólico e neuromuscular e que o planejamento e controle do tempo de estimulo e recuperação são fundamentais para que se entenda para onde a somatória das cargas se direcionará. (recuperativas, de manutenção ou de incremento). Dentro deste contexto, outra pesquisa apresentada, comparou os índices de lesões entre os times que trabalhavam com um Manager Coach especializado em fisiologia na comissão técnica com as equipes que trabalhavam com o Fitness Coach (preparador físico clássico) e os resultados apresentaram mais de 40% de incidência de lesões quando há o preparador físico clássico, sugerindo que o trabalho descontextualizado da especificidade adotado pela maioria dos times pesquisados poderia explicar esta maior incidência de lesões musculares. O próprio Jens Bangbo apresentou outra pesquisa onde mostrou que os treinos com maior intensidade e especificidade e menor volume diminuíram a incidência de lesões. Como os dados da pesquisa eram do Liga Alemã, Italiana ou Dinamarquesa, fica a curiosidade de um dia se conhecer o que acontece na realidade brasileira, logo, para que isto ocorra precisaríamos de um casamento entre os clubes e o mundo acadêmico , mas infelizmente parece que estamos muito longe desta realidade.


arquivo do autor



A baixo um vídeo que mostra a utlização do FirstBeat no dia a dia dos treinamentos.

 
 
 

Comentários


Postagens Recentes
Arquivo

Túlio Flores - Performance no Futebol

bottom of page